Lançamento

Tempos de Liberdade

Quem sou?

Plínio Marcos Basílio Garcia, escritor e poeta, que em suas obras retrata os desafios cotidiano das mulheres e de pessoas que estão às margens da sociedade. Usa uma linguagem simples, sem enfeites, porque as histórias devem contribuir e fazer a memória abrir espaço na imaginação do leitor, pois o autor retrata as pequenas estórias que está no seu meio, convivendo com pessoas sofridas na busca de melhorar a saúde. O hospital é sem dúvidas o maior celeiro de estórias, nem sempre felizes, mas cheias de entusiasmo, tanto de quem cuida e de quem é cuidado. Em alguns minutos como ouvinte se descobre estórias ricas em superação, amor, desejo e amizade.

Algumas obras publicadas

Noites de Emergência

Susana é casada, tem dois filhos, um menino e uma menina; mora no quintal da mãe, ela é uma das muitas mulheres que trabalham num hospital cheio de histórias e cuidam da família. Mas, as forças do tempo fizeram comque seu casamento fosse perdendo a magia e a necessidade a faz trabalhar no período noturno. Os filhos, a mãe idosa cuida, o marido fanfarrão o dono do bar cuida.

A vida é justa com todos, e no vai e vem das coisas, Susana se encanta com o Corintiano, um sujeito que tinha muito carisma e teve muitas namoradas no próprio hospital antes de conhecê-la.

O marido de Susana a tinha como um objeto que não usava e não dava. Não uso e ninguém usa. Contudo, o corintiano acendeu a magia do amor dentro de Susana e isso só fez crescer e fez crescer a ira do marido que numa manhã a espancou, e despertou o ódio de alguns conhecidos de Susana.

Numa cidade enorme, onde a morte usa de vários artifícios para levar as pessoas, as mentes enfurecidas trabalham com diversas possibilidades para exterminar os ratos.

Senhora nuvem e a Criatura sem história

Quase acontece de novo! Mais uma vez, pode isso! Fico inquieto em hipóteses sem nexo, imaginando as consequências de um novo acontecimento. Parece um déjà-vu. Sim! Eu tento entender os riscos transversais.

Por quê? Não sei, não sei! Eu tentei entender, eu já disse! Sem ajuda..., nada entendi! Apesar da ignorância persistente, estou sempre procurando respostas. Uma pá ou uma picareta que abra espaço entre os sentimentos persistentes. Busco alguém inteligente. Uma muleta que me apoie nas últimas horas. Até isso é complicado.

Sobrevivo sobre os estragos daqueles eventos melindrosos que assombram minha mente desnorteados nas noites longas e as ferramentas não desfazem com agilidade as últimas funções.

Quem está me chamando? Estou preso em destroços de pensamentos indefinidos! Não insista! Não posso ir agora, não posso atender! Amanhã! Talvez amanhã ou outro dia... Outro dia quem sabe! É. Outro dia falo com você, agora não! Por favor entenda! Eu não estou pronto para falar com você! Isso não é descaso. Só me virei para este lado porque meu corpo dói.

Hoje estou vazio! Sinto que estou num vácuo de sentimentos e pensamentos sem exatidão, sem complemento, desalinhado com o canto do galo, tento corrigir a direção, outra vez como se fosse fácil dirigir sem habilitação, ínsito em conduzir as ideias malucas. Já tive essas sensações, quando derrapei em princípios não ortodoxos e deixei as mobílias da casa sem limpar, causando mal-estar e desrespeito à minha gentil mãe.

Faz muito tempo que não diferencio as partes, noto vultos e paisagens onde ninguém mais vê. Misturou-se tudo caindo na astúcia do esquecimento, as luzes amenizam os sentimentos...

Pacto de Inocência

A frieza de todo relacionamento sobressai quando um dos lados tende a pensar mais na economia do que no amor. Assim, finda outro provável conto de fadas. E sem a sustentação do amor o mais fraco fica pelo caminho, perdido em dramas, drogas e outras armadilhas. "Os olhos inquietos denunciam a angustia desmanchando os esverdeados reflexos. Denunciando a inquietação do corpo maltratado". Por maior que seja o tempo que se consegue esconder, uma hora o cobrador te acha! E dependendo do dia as pernas não te ajudam mais na fuga. O que fazer então? O perdão não salda o débito! Mas os anjos sempre deixam uma fresta para podermos fugir. "Entreolharam-se e surpreendentemente, voltaram-se para o menino e disseram simultaneamente que aceitariam a mediação, desde que fosse ele o arbitro da situação". Nos olhos de uma criança pode crescer outra oportunidade. "Nasce um ciclo para tomar o lugar de outro. A natureza não se ofende com isso! A única criatura que se ofende, se vende, é a criatura humanizada. Todas as coisas podem ser transformadas. Reinventadas! Nada foi feito para ser imutável, apesar de ser único".